Marcos Clark. Tecnologia do Blogger.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Eu odeio natal


Sempre me perguntam porque detesto tanto dezembro.
As pessoas me dão 50 motivos para adora-lo;
Inicio das férias acadêmicas, alta temporada para viagens,
duas semanas com feriados prolongados, muita bebida e comida de graça.
E o natal.

O dia do natal talvez seja o dia mais incerto para mim.
Eu nunca sei o que esperar.
É só desesperança, angústia, melancolia e solidão.
Lembro meus natais eram bons até meus 10 anos de idade.
Na verdade lembro de apenas de um, e por autodefesa talvez eu o tenha supervalorizado.

24 de Dezembro de 2000.
Estávamos todos reunidos como uma família feliz e unida.
Meus pais arrumaram uma farta ceia e convidaram todos os vizinhos.
Foi o auge de grana e fraternidade nessa casa.
Meu irmão ainda morava aqui com sua hoje atual esposa.
As coisas eram simples, eu nada tinha com o que me preocupar.
A única coisa que me deixava ansioso era o presente que encontraria sob a árvore colorida e enfeitada que sempre tivemos aqui.
Foi tudo perfeito esse dia.
Embaixo da árvore encontrei amor, carinho, e cuidado.

24 de dezembro de 2001.
Meu irmão já morava na casa da sogra com a esposa.
A reunião de familia aconteceu lá.
Tinha tudo pra ser um dos melhores natais da minha vida se não fosse por duas coisas.
1º Minha mãe veio me contar com a maior naturalidade do mundo que estava deixando meu pai.
2º Usou o argumento de que faria isso porque estava apaixonada por uma outra mulher.
Como se não bastasse isso, ainda veio pedir a minha aprovação, a aprovação de um menino de apenas 11 ANOS para abandona-lo.

25 de dezembro do mesmo ano.
Ao invés de brinquedo embaixo da árvore eu encontrei meu pai, em cima de uma cadeira, corda no pescoço ameaçando pular.
Com 11 anos de idade, a única coisa que você pode fazer ao ver isso é chorar.

24 de dezembro de 2002.
Campo Grande.
Longe de tudo, longe de todos.
Éramos só eu, minha mãe e um punhado de dor e miséria.
O que tinha embaixo da árvore? Nós nem tínhamos árvore.
Eu queria o meu pai.

24 de dezembro de 2003.
De volta à casa do meu pai.
Lamúrias, ameaças de vingança, um dos piores natais da minha vida.
Eu era obrigado a assistir Linha Direta sendo ordenado por ele para que prestasse atenção no que faria com sua ex mulher.
Eu queria a minha mãe.

24 de dezembro de 2004.
Bento Ribeiro.
Descobri o alcool e com algumas amizades perdidas me droguei até desmaiar.
Passei todo o dia 25 desintoxicando.
Eu queria morrer.

Em 2005 prometi pra mim mesmo NUNCA MAIS passar o natal com nenhum membro da minha familia.
É injusto ter de escolher ou meu pai, ou minha mãe.
Quando eles se reunem, eu não sei o que esperar encontrar embaixo da árvore.
O clima é tao tenso, que parece que algo vai explodir a qualquer minuto.
Natal é o melhor dia para se passar com a família, mas quando não se tem uma família, natal passa a ser o pior dia do ano.

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