Marcos Clark. Tecnologia do Blogger.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Tyler


Dinheiro é a grande merda do mundo.
Você cresceu sendo ensinado que o mais importante é arrumar um bom emprego e ficar rico.
Comprar, comprar, comprar .
Só consegue pensar em qual relógio novo combinará com aquele terninho que você só vai usar uma vez.
Toda essa merda de publicidade corroe sua mente e te fez querer cada vez mais.
Pessoas roubam por dinheiro, matam por dinheiro, vivem por dinheiro e morrem por dinheiro.
E ao morrer não lhes restam mais nada senão um caixão bonito e enfeitado com mais um adubo natural.
Você nem mesmo vive.
Se tu pensa que viver é seguir esses conceitos idiocratas que você acredita, você já está morto.
Rasgue seu dinheiro.
Jogue fora suas jóias.
Elas só servem pra mostrar pros outros, que você não está satisfeito com quem você é.
Só depois de perder tudo você estará realmente livre.
Eu sou livre.
De todas as formas que você jamais será.
Eu não tenho nada, e o nada que eu tenho significa tudo pra mim.
Não procuro seus prazeres supérfulos.
Eu desprezo seu sistema com um desdém que talvez você nunca possa ter.
Porque sou livre.
Livre da sua hierarquia, livre de suas babozeiras, livre de suas guerras por petróleo e terra.
Se você realmente valoriza o que te desvaloriza, eu quero mais que você se foda.
Que definhe sobre esse sofá de R$2000 que faz as mesmas coisas que caixote faria.
Você quer conforto, mas pra quê? Pra essa sua bunda não doer depois de todas essas horas que tu perde assistindo vídeos eróticos?!
Seu carro novo é tão lindo, né?
Fique sabendo que ele poderia te destruir em menos de 4 segundos se você não controlar a porcaria do seu pé e manter seus olhinhos pregados na estrada.
E mesmo assim tu usa essa bota pesada que te faz sentir tão poderoso, esse óculos Ray-ban que só estraga sua visão lhe obrigando a comprar outros óculos Ray-ban com fator de proteção extra.
Até seus remédios estão te matando.
Saiba que alguns remédios que curam a gripe, na verdade injetam o vírus da gripe em você, e te faz comprar mais remédio contra a gripe.
É um maldito ciclo vicioso no qual só entra quem quer.
O sistema te destrói só pra ter o privilégio de dizer que te salvou.
Ele te corrompe, ao mesmo tempo em que tu perde tempo reclamando da corrupção.
Reclamar não server pra nada, desista disso.
Não adianta ficar aí gritando, levantando a voz enquanto ainda bebe diariamente sua coca-cola. Faça algo útil.
O maior problema é que você não vai se libertar até que esteja realmente livre.
E toda essa vontade que você tem agora de romper o sistema, torço pra que não esteja aí somente porque você leu um textozinho de mais um cara revoltado.
Mas eu nem mesmo me revoltei.
Eu somente perdi a fé em você.
Perdi a fé em tudo aquilo que é facilmente manipulado.
Eu despertei e acabei te deixando pra atrás.
Estar desperto pode ser doloroso.
Ver que as pessoas que você gosta sendo destroçadas por esse sisteminha de merda que te faz querer ter mais do que o outro.
Só pra poder mostrar pro outro que ele não tem mais que você.
Ha! Você sabe que jamais estará satisfeito.
Sabe que essa felicidade autodestrutiva que você procura só está te afastando de quem você realmente é.
Comprará roupas e carros só pra se achar o fodão, ou o bem-sucedido.
Bem sucedido?
Estar trancafiado dentro de condomínios cheios de grades e câmeras, é ser bem sucedido?!
Tenha dó.
Você está sendo vigiado, você está preso!
Você não manda em nada.
Você não é quanto dinheiro tem na poupança, você não é o pai que você tem, nem a faculdade que faz.
Você nem mesmo tem o controle de sua própria vida.
Acorda cedo pra estudar. Grandes merda.
Você aprende o que querem que você aprendam.
Enquanto está perdendo tempo acreditando estar se tornando uma pessoa inteligente, na verdade está sendo iludido por você mesmo.
Esses seriados que você assiste, essas bandas que você ouve.
Tudo isso serve pra te lembrar das coisas que você nunca será.
Você nunca será um astro do rock, você nunca será bilhonário.
E se um dia for, saberá que nada é muito bem o que parece ser.
Você foi avisado.
E agora tá com esse medo de dormir e sonhar comigo.
Medo de invejar tudo aquilo que você despreza.
Mas relaxe.
Eu não posso pegar minhas mãos e te forçar a abrir os olhos.
Só você pode.
A verdade está trancafiada dentro dessa sua cabecinha cheia dessas informações inúteis que você lê nas revistas de fofocas.
Quer despertar? Mande aquele seu chefe que vive enfiando o trabalho dele no seu rabo ir se fuder.
Entregue a roupa que você mais gosta pro primeiro mendigo que passar em seu caminho.
Destrua seu computador.
Não consegue, né?
Você não é diferente.
As coisas que você conquistou, já conquistaram você.

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domingo, 17 de julho de 2011

Redenção


Eu sei exatamente o que acontece agora.
A gente vira o rosto e tenta não enxergar um ao outro, até que o tempo vai passando e não nos sobra senão sombras do que antes era nossa vida.
O último suspiro foi dado e me afogo novamente em tuas águas.
Realmente me sinto sufocado, sabia?
Não sei em que direção olhar, você está em tudo.
Me apego a coisas bobas como jogos de video-game, contos vampirescos, qualquer coisa que me distraia um pouco e nada funciona.
Acredita que nem meu gato tem me ajudado nessas horas?
Então, ele me mordeu exatamente no lugar em que feriu você.

Mas não é essa ferida que dói.
Dói não saber pra onde ir.
Dói a incerteza do futuro e a certeza de você não estar mais nele.
Você diria que é coisa passageira e que sou orgulhoso demais, logo logo eu esquecerei de tudo.
Que não me importo com as "Pequenas coisas".
Mas sabia que o mais tem me afetado são as "pequenas coisas"?
São os pequenos sorrisos que não vejo, as pequenas brincadeiras que não tenho mais, os criaturas infantis que nos tornavamos.
São essas coisas pitititinhas que tem acabado comigo.

Eu não me importo de conseguir esquecer as brigas e as coisas grandes.
Eu só queria conseguir abrir aquela gaveta e ainda encontrar suas coisas dentro.
Sei que é piegas e depois de tudo o que dissemos e concordamos, é quase como tentar novamente o fracasso.
Mas é duro, sabe? Olhar suas coisas jogadas no canto do quarto e saber que logo logo nem mesmo essas coisas eu terei por perto.
Isso aqui cheira a você.
Até Beatles tem me feito mal, speaking words of wisdom let it be...

Não sou um completo idiota ou orgulhoso de pedra.
Sou tão pequeno e humano quanto a pessoa mais humano que você possa conhecer.
E como humano eu sinto raiva, ódio e queimo em febre.
Falo coisas que não devo movido pelo momento.
Sabia que isso tudo é sinal de desespero?

Um desespero que me aflinge agora enquanto tento não publicar essa carta,
Enquanto tento me resguardar e me poupar dos comentários ácidos que tanta gente anda disparando por aí.
Mas minha vida é assim.
Se eu não me expor aqui, talvez você jamais saiba o quanto importante você foi pra mim.
Eu sinceramente desejaria sumir um pouco, sabe?
Fugir desses comentários que eu adoraria que ninguém formulasse.

Não sou misantropo, eu realmente gosto das pessoas e é isso que me faz querer elas bem longe.
Sou muito impetuoso, na primeira demonstração de carinho eu já me entrego, mergulho de cabeça e acabo me fudendo.
É por isso que me protejo na solidão.
Essa solidão foi o único refugio que encontrei que pudessem me proteger das frustrações.
Quando não se tem expectativas, não se vê decepção.

E não, não venha me dizer que tentei te afastar de seus amigos.
Eu jamais faria isso.
Só tento te afastar de outros que já lhe tiveram e lhe querem novamente.
Eu queria ter sido o único pra você, e queria que tu tivesse sido a única pra mim.

Eu te preservei sempre, pequena.
E tentei a qualquer custo evitar te colocar em mals lençóis,
Como pensa que eu poderia estar falando mal de você por ae?
E não espere que eu esqueça.
Eu te eternizei em poesia, Ariel.

Desculpe-me fazer pública essa carta, mas o correio não abre domingo e nem ajudaria a lhe dizer minha sincera despedida.

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O filho do vento


Resumo meus romances pelo final.
Essa história de lembrar das partes boas é tão difícil quando se vê claramente a parte ruim, sabe?
Machuca de verdade tirar a venda da face e enxergar o que sempre esteve ali.
Viver é muito fácil quando se mantém os olhos fechados.
O pior é que nem ao menos consigo esquecer tudo aquilo que não quero lembrar, e isso é tão clichê.
Clichê, isso sim resume os romances.
No começo a gente sabe como vai acabar.
Como aquelas novelas baratas das quais nem precisamos assistir pra saber o final.
Sabemos que alguém acabará ficando pra trás e lamentará piegamente ter desperdiçado tanto zelo, tanto carinho em absolutamente nada.
Lembranças, momentos, sensações... Isso tudo podemos ter sozinhos.
E esse egoísmo que nos ajuda a esquecer é a pior parte.
Toda a intensidade do que era belo acaba resumido em desgosto.

Mágoa, desespero e desconforto.
O que sentindo não é nada bom.
Como amor pode acabar virando isso?
Todos falam do amor, "óh o amor!".
E fantasiam algo que não existe. Ou existe. Mas está ali naqueles momentos de uma terça a tarde num sofá.
Em uma piada sem graça ou em algo que só faríamos ao lado dela.
De verdade acredito que essa glamourização do amor só torna tudo isso mais dificil.
Músicas tristes, escritores melancólicos.
O que eu achava que era amor, na verdade era drama.

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sábado, 16 de julho de 2011

O beco


E novamente chegamos aqui.
Um beco sem saída, de frente pros mesmos problemas que já nos assombram a séculos.
Ao meu lado nesse lugar escuro só me resta você, e eu sinceramente não consigo permanecer aqui.
Paredes ao redor nos lembrando que isso não vai dar em nada.
Que por mais que a gente dê uma volta procurando outra rua, acabaríamos aqui novamente.
Não quero me voltar contra você.
Eu te conheço tão bem.
É só o que nos resta.
Quando o pouco que se tem acabada significando tudo o que possuímos, não existe o que fazer senão deixar pra trás.
Sabe, eu me agarrei firmemente nisso tudo.
Você era tudo o que eu tinha.
E não pude lhe oferecer senão o pouco que tenho, o pouco que sou.
Queria que fosse o necessário para construirmos algo bonito, pintar essas paredes e esconder as rachaduras, mas sei que não é.
E isso me destrói.
Eu realmente preciso ir embora, mas depois de tanto tempo nesse beco, conhecendo tão bem cada parte mal pintada, cada reflexo que aqui se encontra eu percebo que não conheço mais o caminho de volta.
E permaneço aqui... sozinho.

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