Marcos Clark. Tecnologia do Blogger.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Geni e o Zepelim


Tua aproximação me cheira falsa. Já esteve próxima demais e me fez repulsa, megalomaniac sweetheart.
É tarde.
Os pólos se igualaram, como um imã me afasto cada vez mais.
Teu hedonismo é mortal, devoradora de homens.
Essa distração forrada à borracha desperdiça mais do que sacia.
Não te quero.
Teu corpo me ofende como um servo ofende seu Deus.
Está gasto e sujo.
Busquei em ti uma pureza inexistente com a fé cega de uma criança.
Em sua confusão queimei a esperança.
Aqui apenas sobra aquela transa.
Prazeres roubados, sonhos frustrados.
Agora vá, procure another playground pra brincar.

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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Paternidade


Eu sempre vi a adoção como algo insensato. Não conseguia me imaginar cuidando de um ser não proveniente de mim, com genes completamente diferentes dos meus. Hoje já não sei.
Tive o privilégio de conhecer uma história comovente de uma maternidade precoce, resultante à uma criança sem pai. Confesso, me pegou no ponto fraco.
Encontrei ali uma lacuna na qual eu me encaixava perfeitamente. Uma pequena desprotegida sem pai, um pai desprotegido sem filho.
Cresci numa família onde a adoção é algo ordinário, de quatro, dois adotados. O que me levou a pensar numa terceira adoção.
Sempre busquei nos meus pais o que levou a adotar tão de imediato minha irmã mais nova. Procurava um sentido pra algo tão ilógico e irresponsável.
Encontrei a resposta da maneira menos previsível possível numa noite qualquer.
Hoje tenho certeza que assim quando minha mãe soube da existência de minha irmã, no exato momento em que seus olhos se cruzaram, ela nem precisava piscar pra saber, ela já tinha certeza, assim como eu.
Aquela era a criança destinada a encontra-los, a criança destinada a ser um dos motivos de sua existência.
Aquela menina era de fato seu sonho realizado, o encontro seria inevitável.
Aquela criança sorriria pela manhã, aquela criança me chamaria de pai.

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Carbono 14


Enfim terminei a leitura cansativa que me prendia à Precisamos falar sobre o Kevin. Um livro desolador que me fez refletir penosamente o risco da paternidade precoce, mal planejada.
A história baseia-se nos relatos de uma mãe que busca por respostas sobre o que levou seu filho a tornar-se um assassino.
Toda aquela angústia da aversão sentida por ela desde o nascimento, até a recusa dele pelo seio materno é comovente. É possível sentir pelas palavras todo aquele sentimento de culpa, desafeto e insensibilidade materna.
Não fora a culpa que me fez questionar meu mais grandioso e irresponsável sonho, nem tão pouco o medo de que ocorra em meu lar a desgraça que ocorre com Kevins e Richthofens pelo mundo.
Sempre existe aquela certeza que essas coisas só acontecem nas casas vizinhas. O mal reside em nós.
Vejo meu sonho com outros olhos. Antes como a resposta para a grande questão, além de conceder à outrem o afeto paternal que nunca tive.
Hoje simplesmente quero amar alguém que não se torne um dia um ex. Ex amigo, ex namorada. Nunca um ex filho. Por ordem natural, somos nós que partimos primeiro. Ou assim deveria ser.
De fato meu sonho era algo mais narcisista do que altruísta. Amar uma cópia de carbono só porque teria traços meus é o cumulo de Narciso.
Sempre quis que meu filho se orgulhasse verdadeiramente do pai que tem, recebesse meus passes de futebol americano e cantarola-se a música tema de seu nome, Hey Jude.
Isso não é amor, é egoísmo.
Percebo hoje que meu filho pode ser minha fotocópia mais desfigurada.
Pode simplesmente odiar futebol, ou Beatles. Pode até mesmo odiar o próprio pai.
Mas o que eu quero afinal, um ser carente de amor ou uma fotocópia genética?

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quinta-feira, 22 de julho de 2010

P.D.A.


Você finge tão bem.
Me escapa a capacidade de fazer-te sensível.
Me privo o masoquismo de tentar-me aproximar. Teu fel é perigoso, cheira forte. Tu me afronta, criando repulsa.
Tua indiferença auto-destrutiva é nauseante, contagia.
Estou triste, insensível, e tu nem nota.
Congratule-se da ciência de me ter. Congratule a certeza do querer.
Deserção desertora.
Eu queria o teu colo, tu me aponta o sofá.
Queria o calor, e sinto o frio.
Me nego o direito de querer-te ainda mais.
Patife, eu te quis, tu bem sabes.
Te quis incoerente, um quê sem sentido, sem razão pra querer.
Cadê você aí? É tarde. Já não me encontras mais aqui.

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Andrômeda


Já não se dividir. Não divido paixão, não divido emoção, não divido nada, nem ninguém.
Crio a ilusão de te ter só pra mim. Devoro-te cada pedaço, capricho por capricho, único e exclusivamente pra meu bél prazer.
Te sequestro em meu intimo. Tornando-te minha.
Afasto completamente o pensamento de que outros te tocam, de que outros te sentem. Me perco nos termos que eu mesmo criei.
Desta crisálida segura tu sempre me escapa. Tornando cada dia mais inevitável a pretensão de querer-te exclusivamente.
Irreal, irrelevante, desnecessária. A realidade caí sobre mim.
A verdade é dolorosa demais. Nada me pertence, ninguém é de ninguém.

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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Saudade


Rotina. É como chamo minha volta à casa. Agarro-me a solidão. Uma solidão moldada, quase falsa. Corriqueira. Minha solitude dura o tanto quanto o ressoar do meu prato de ataque. E foi o que fiz. Tentei matar minha solidão com a música.
Sentei-me de frente pra bateria, com uma destreza quase magistral ajuste-ia de tal modo que os vizinhos mais distantes pudessem reclamar do barulho. Retirei a poeira com um ou dois abanos, alinhei a postura e comecei Get Back.
Bastavam as três batidas iniciais na caixa e a primeira resposta do bumbo para que surgisse bem ali diante de mim uma figura pequena. Hiperativa e com um apaixonante sorriso no rosto. Meu afilhado. Imperioso desde os 3. Expulsando-me da bateria que havia tomado como sua. Confesso, eu ficava puto da vida de nunca, conseguir ensaiar em paz. Nunca.
Mais três batidas e nada. Pulei toda a ponte e fui direto ao refrão, somente para fazer soar o barulho alto demais, sedutor demais pr'aquela pequena criança.
Já estava quase almejando a aparição que agora acalentaria-me tanto. E nada.
Aos poucos a ficha caia. A essa hora, aquela mesma criança se encontrava a milhares de quilometros daqui. Impossibilitada de ouvir aquele barulho que tanto amava.
Eu estava enfim sozinho. E chorava.
Chorava num silêncio não condizente com as pancadas altas de minhas baquetas.
Chorava então na paz que eu tanto pedia nessas horas, e que agora me dilacerava por inteiro.
Aceitar o fato de que pessoas vem e vão nunca foi meu forte. Eu não iria aceitar.
E me pego tocando. Alto. Mais alto. Um barulho quase ensurdecedor.
Como que se por uma fé cega no inexistente, eu acreditasse que aquele moleque mesmo no outro extremo do país, pudesse me ouvir novamente.

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A culpa


Um sorriso me escapa, longe de ser alegria ou satisfação, antes de irônia. É engraçado quando em desespero nossa única reação é sorrir. Alguém acabara de morrer bem na minha frente e eu apenas sorria.
Senhor de idade, sabe-se lá quantos anos ao certo, no meio da rua, estirado feito carpete.
A principio um atropelamento comum, causado por mais um pedestre distraído. Mas não. Eu sabia que ele ia morrer, ele sabia que iria morrer. Foi suicídio.
Sim, eu deveria ter feito algo pra impedir aquele homem de atravessar a avenida no sinal vermelho. Mas desejaria ele ser salvo? Acho que não.
De fato eu nada fiz. Abracei-me como que em redenção diante da culpa que me tomava e sorri. Ficava me perguntando se a força que me impulsionava para salva-lo seria mesmo para salvar à ele, ou à mim mesmo de tamanho fardo. Correria por mim. Ato hipócrita, eu sei, mas ninguém saberia e seria tomado como herói.
Aliás, a culpa era mesmo minha? Ela poderia talvez ter sido sua. Sim, sua.
Aquele velho poderia ser teu pai, que por descontentamento ou desgosto optou pelo pior. Ou quem sabe teu marido, antes amado, agora traído, resolveu se atirar ao infinito. Ou quem sabe aquele louco que te amara, e por rejeição, perdeu seu motivo de vida.
Nada se sabe sobre ele. A única coisa que posso afirmar é que fora apenas mais um assassinado pela vida de outros. Assassinado por você e por mim.
Afinal. Quantas pessoas você já matou?

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terça-feira, 13 de julho de 2010

Strawberry Fields Always


Existe um lugar onde eu posso ir quando me sinto pra baixo, quando me sinto triste. Quero que venha conhece-lo. Feche os olhos e prepare-se para a mais magica e misteriosa viagem de sua vida.
Nessa terra de lugar nenhum não existe chateação, a vida é muita curta e não se tem tempo para discurções e brigas, meu amigo. É apenas amor, e isso é tudo.
Venha conhecer Henry o cavalo, Paul a morsa e padre Makenzie.
Aquele é John e seu gêmeo Paul. George, não seja tímido, venha conhece-los. E aquele logo ali no jardim de Octopus é meu adorável irmão Starr.
Aqui em Penny Lane eu espero alguém que me abrace forte e diga que sou o único, quem sabe assim eu não me sinta solitário novamente.
Conheça agora minha fortaleza de solidão, Strawberry fields, onde nada é real e não há nada com o que se preocupar, Strawberry fields, sempre.
Uma lágrima te escapa, chore querida, chore. Hey, não tenha medo. Deixe estar, Isso parece tão certo agora, não me desaponte.
Lá vem o rei sol, há algo na maneira como ele se move que me atrai como nenhum outro.
Aqui não exista algo que você faça que não possa ser feito, nenhuma canção que cante que não possa ser cantada. Tudo o que você precisa é de amor.
Eu tenho uma sensação lá no fundo que me diz que você não deseja voltar, volte pra onde você pertence, é preciso.
Viver é fácil demais quando se mantém os olhos fechados, e nesse mundo está cada vez mais difícil ser alguém, mas tudo se ajeita, nós podemos ajeitar.
Hora de ir. Feche os olhos e lhe beijo, amanhã sentirei sua falta espero que todos os seus sonhos se realizem. E não se preocupe, eu guardo um segredo.
Você quer ouvir um segredo? Promete não contar à ninguém? Aproxime-se. Deixe me suspirar baixinho em seus ouvidos. Este mundo pertence à nós e eu pertenço à você. Você não estará só. Bastar Imaginar à si próprio sobre um barco no rio, com árvores de tangeria e céus de marmelada, e estaremos todos juntos agora. Nesse nosso mundo através do universo.

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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Tormenta


Por falta de inspiração eu teimo em escrever. Escrevo hoje pela minha limitação de sentimento. Escrevo mesmo por descaramento.
Metrô, 10 e meia da manhã de uma sexta feira esperançosa. Na mochila um bom livro, meu diário e guarda-chuva.
Uma mulher despenca, desliza aos poucos em direção ao chão, ninguém à socorre. Escória. Não me assusta a incapacidade de sensibilidade dos transeuntes, nem me cria assombro a fatia de hipocrisia que deixam à mostra. Não me assusta mais a violência, nem os sequestros ou a ambição. Logo não me assustou nem o desmaio, nem a incapacidade de ajuda-la.
O que me assustou de verdade foi aquele pequeno rapaz correndo à seu auxilio. Isso me causou espanto.
Chamou minha atenção aquele gesto, antes tão natural, de ajudar ao próximo.
A maldade, já me passa despercebida.
O que me tira o sono é a bondade, uma mão estendida, um troco a mais devolvido.
Isso me assusta de verdade.
As pequenas gentilezas, o passar à frente, a generosidade. Humildade é nobreza.
A pronticidade com que nos negamos a socorrer já nos é recorrente, quase comum.
A hipocrisia toma conta das nações.
Viver é fácil quando se mantém os olhos fechados, me ensinara John Lennon.
Mas somente ignorar os fatos, não os altera.

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quinta-feira, 8 de julho de 2010

Azedume


A realidade é dura. Vivemos num mundo limitante, onde é mais seguro calar e engolir o choro como se fossemos os únicos a sofrer. Nos ensinam que meninos não choram e mulheres que choram demais acabam sozinhas. Calamos nossos sentimentos temendo o julgamento. Julgando quem é julgado.
Trocamos lágrimas por sorrisos forçados, minguando o melhor da vida. A capacidade de sentir em plenitude.
Os anjos dariam tudo para estar na sua pele, sentirem a capacidade de se arrepender, de perceber o erro e de chorar. Invejam teu toque, o batimento acelerado do coração que dispara.
Abra os olhos e sinta. Deixe os sentimentos fluírem plenamente. Não é porque hoje tu chora, que chorarás pro resto da vida.
Não tema ser taxada de depressiva. Se poupe. Geralmente quem aponta é o que mais teme o julgamento. E por temerem o apontamento, se tornam cada dia mais desapontados.
Por isso chore quando quiser chorar, grite quando quiser grita e cante. Mesmo fora do banheiro, como se ninguém pudesse te ouvir. Respeite teu peito que dói e clama por trégua. Liberte o choro. A tristeza é como o pesadelo que te angustia por toda a noite, mas se vai pela manhã.
Chore. Não há maior sublimidade que uma gota verdadeira que escorre, o sabor agridoce do contentamento descontente.
Aceite à si mesmo, é essa sua maior prova de humanidade.
Ame, odeie, sinta ciúmes.
Você pode até viver desejando nunca ter sentido realmente a tristeza, mas não vai querer morrer sem saber como é isso.
Dê asas à seus sentimentos. Expanda-os, liberte-os.
Desconsidere esses conselhos, siga sua vida.
Os anjos te invejam.

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A metade da maçã


Poderia passar a tarde inteira falando das vantagens da vida de solteiro, mas bastaria um olhar pra perceber que não é isso que quero pra mim. Ser solteiro é opção, mas quando vc tem alguém, a vontade de compartilhar foge a razão.
Eu sinto falta de olhar nos olhos só por olhar. De sentir lá dentro do fundo da pupila, a satisfação de somente estar e perceber que a vida vale à pena.
Sinto falta de dividir ao repartir, falta de alguém que não precise só deitar.
Há tempos luto contra isso. Pra mim é martirizante imaginar que não tenho como ser feliz sozinho, que eu preciso de alguém pra me sentir completo.
Não gosto de crer que não sou completo. Martiriza-me imaginar que exista uma outra metade de quem hoje eu sou. Aceitar o fato de que alguém é capaz de me amar seria assumir pra mim mesmo que exista alguém capaz de me compreender, aceitar que sou capaz de amar alguém é assumir pra mim mesmo que exista alguém que me complete.
E luto contra o amor. Uma guerra interna, eu contra eu mesmo, todas as noites de todos os dias. E sonho.Sonho encontrar essa pessoa que tenho certeza que também está procurando desesperadamente por mim.
É óbvio que amo a liberdade de ser solteiro, mas sabe aquele vazio que te pega no ponto fraco numa tarde de domingo?
Quando você poupa de usar duas toalhas esperando que outra pessoa use a que restou e nunca aparece ninguém?
Eu passo o tempo inteiro sendo ríspido e lutando contra o amor. Mas no fim das contas eu sei, que mesmo depois de ter levado centenas de mulheres pra cama, o que eu queria mesmo era apenas uma.

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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Acaso


Lêe-se no jornal: "Aleijado realiza o sonho de ganhar na loteria e é assassinado uma semana depois pela mulher que acreditava amar."
Próxima página: "Marido descobre que a mãe de sua filha é na verdade sua irmã perdida." Irônico demais, o destino é traiçoeiro.
É como passar a vida toda sonhando em conhecer Praga, e ao sair do avião levar um tiro na cabeça.
Como se arrepender, e ao procurar o perdão, descobrir que sua falha matou a pessoa.
Tesla passou sua vida estudando correntes alternadas pra Thomas Edison levar todo o mérito no final.
É como chover no dia de seu funeral e ninguém aparecer.
Como conhecer o amor de sua vida e no minuto seguinte o marido dela.
Como justamente no dia em que esqueceu o guarda-chuvas a tempestade desaba.
É ser atropelado por uma ambulância no sinal vermelho.
Ganhar um piano e perder as mãos.
Tão traiçoeiro é descobrir que ama sua mulher no exato momento em que ela lhe pede o divórcio.
Flagrar sua mãe em traição e temer magoar seu pai.
Lutar contra o tabaco pra se livrar do câncer e cair da janela do edificio onde sempre morou.
Como ser mordido por seu próprio cachorro, e descobrir que lhe foi transmitida justamente aquela doença da qual você fugiu à vacina.
Despedir-se de seu pai no leito de morte e partir antes dele.
É como descobrir que a vida é fácil, da maneira mais dificil e acabar se apaixonando pela namorada de um de seus amigos.

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Longitude


Quarta de manhã, Leblon, frente ao mar. Sentei pra refletir. Perdi hora. Um cigarro após o outro. Hora de ir. Ando a passos lentos. Pedras chutadas pelo caminho. Sobre nada refleti.
Sinal fechou. Todos param. Carros em demasia cortavam meu caminho em alta velocidade. Pensei em me jogar. Medi velocidades, calculei o estrago. Pensava em cada carro e na minha mãe. Pensei nos amigos, no hospital. Imaginei-me deitado na maca sem ter como escrever. Pensei em fama e lágrimas. Pensei na família do motorista felizardo e ri. Achei engraçado.
De novo os amigos. Visitariam-me no hospital? Não se sabe.
Não pensava na morte, só na desgraça. No estrago previamente calculado. Uma perna ou duas, algumas costelas e muito sangue. O sangue. Sangue insuficiente pulsava onde não havia abertura. Que mantenham meus braços.
Dramatizava me dramatizando naquele uniforme azul. Minha mãe de novo. Pensava em como seria ela voltando ao hospital não mais como paciente, impaciente. Como lidaria sabendo que fora intencional? Internar-me-ia após a internação? Anti-depressivos e folhas de chá. Não fora depressão, antes solidão.
Não me jogaria para tentar a morte, na verdade, eu me jogaria mesmo era para me sentir vivo.
Preciso ir. Sinal abriu.

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terça-feira, 6 de julho de 2010

O salto


Este não é mais um pedido ou clamor.
Só mais uma tentativa de trazer você de volta
Talvez tu possas entender o que sinto, o que sou.
Com você me pego em nuvens
Me faz tremer, ter calafrios
Esquecer briguinhas fúteis.

Me faz ter planos pr'uma vida
que eu nunca pude ter
Ter de esconder os meus segredos
E ao mesmo tempo te dizer.

Já cansei de imaginar essa minha vida sem você.
Minhas melodias, minhas canções
Sem você é só lamento e sofrer. E lágrimas.
Sem você me sinto nulo, nada disso faz sentido
Eu bem queria te esquecer, e mesmo assim eu não consigo.
Tão trágica.

Estou reaprendendo a reviver o que a tempos não sentia
Tu acha sempre um exagero, essas sinceras poesias.
Tão pálidas.

Será mesmo que voar é algo assim tão impossível?
Pois com você eu voou alto, tu tornas tudo tão incrível.
Tão belo.
Mesmo se não for possível, por você eu faço ser.
Basta tu fechar os olhos e a gravidade esquecer.
Te quero.

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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Pequenos amores e seus breves relatos


No inicio era Lana, a musa de meus primeiros poemas e cartas não entregues. Se mudou.
Thaís. Caipira e meu primeiro beijo. Me mudei.
Bianca C.. Quem é Bianca C. afinal? Já nem lembro.
Thayra surgiu e encheu-me de amor. Fiquei cheio de verdade.
Bia, a mais bela de todas. A beleza me cansou. Lhe troquei.
Por Jenny, ou seja lá como chamarei a perda de minha inocência. 3 anos de sonhos, promessas e outras canções. E se foi.
Depois Carol. Olhos em formato de gota, inocência demais. Não curti.
Veio Jinny. Loucuras, adversidades e uma perda. E lá se foi de novo.
Cherry, duas noites, nada mais. Síndrome de Summer Finn. Acompanhou as outras.
K. Aranha. Alta demais, Brandon Flowers demais. Beatles de menos. Tchau Karla.
Patrícia a beatlelada. Bitolada mesmo. Até mais Patty.
Pink surgiu do nada. E pro nada retornou. Te vejo lá na frente.
Ginger. Tão quente como a cor de seus cabelos. Acabou se queimando.
Ariel e seu mergulho fatal. Se afogou.

Entre tantos amores, amor nenhum. Entre amor nenhum, tantos amores.

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Despertar


Você dorme e acorda sem saber pra onde ir. A rotina do convívio consigo mesmo se torna cada vez menos suportável. Suas escolhas cada vez mais calculadas são friamente despidas e sem sentido. Seus amigos ser tornam a cada dia mais invisíveis. Você cai. Clama por respostas as suas mais intimas perguntas, e nada, ninguém responde. A pergunta "Porque eu?" está cada vez sendo mais pronunciadas pro você, quase como um 'amem'. Você se auto-destrói. E chora cada vez mais.
A vida é injusta, o mundo irreal. Seus pais são os mais cruéis e seus professores os menos compreensivos. Mentira.
Uma noticia boa: Você não está só.
Num mundo de bilhões não é o único a sofrer. Não é o único em dúvidas, nem tampouco o menos compreendidos e inaceitáveis. Não é mal amado, muito menos um solitário no meio da multidão. Acredite, a multidão é o coletivo de solidão, disfarçada de civilidade.
Essa pessoa à teu lado sofre tanto quanto você. Como você ela reza, mesmo não acreditando em Deus, e sonha com dias melhores.
Ajude à si mesmo e o céu te ajudará. Fuja da rotina. Crie novos amigos e torna-te mais do que apenas um conhecido deles. Conheça teus pais e a história de teu país. Perceba que na antiguidade o sofrimento era o mesmo que hoje tu sente. E cante, escreva, publique. Grite. Não por socorro, mas por escape. Aceite a realidade nua e crua, você não é o único punido, seus pais não são os piores pais do mundo e seus amigos não são as únicas pessoas que sabem dar as costas sem nem se despedir.
Apare as arestas e exclua fronteiras. Crie asas e voe pra onde mais deseja ir. Fuja do habitual. Liberte-se.

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domingo, 4 de julho de 2010

Mergulho I


Hoje eu quis brincar de ter ciúmes de você. E senti. Mais do que senti, sofri amargamente a perda. É engraçado como esse tipo de coisa te pega no ponto fraco às 21 horas de um sábado qualquer. Nem desprezo, nem rejeição. Eu quis mostrar pro mundo o quanto eu era forte, o quanto era malvado. Quis mostrar à você o que estava perdendo. E me perdi. Me perdi em outros braços que envolviam meu pescoço e sufocava. Engasgava. Garganta entalada de tudo o que não foi dito e sentido. Sem sentido. A visão de tua entrega comoveu-me. Me achei superior, senti pena. Imagem armazenada em meu intimo. Solidão. Uma solidão comprada a prestação, infame e traidora. Doeu e dói.

O que doeu não foi vê-lo ao teu lado, não foi o fato de ele estar ali e não eu. O que doeu foi a inveja e a amargura que corroía. Sinfonia agridoce. A vontade de estar ali no lugar dele. Enquanto estava perto, quando segurava sua mão, invejava a simples oportunidade de dizer tudo aquilo o que ele disse, de dizer exatamente o que você desejava ouvir, o que precisava sentir. Essas palavras me pertenciam, você sabe, e seriam-lhe entregues indisplicentemente por toda a eternidade. Seriam, não são.

Olhe bem pra mim. O que eu não daria pra estar ali, passar minhas mãos sobre teu cabelo, tocar teus lábios e beija-la? Não há preço que eu não pague pra dizer essas palavras à você. Dedicação não recíproca.
Fugia e encontrava-te em todo lugar. Senti-me um merda quando à vi entregue àqueles abraços. Não há como explicar. Nem precisa ser explicado. Certas coisas simplesmente acontecem, queira você ou não.
Eu sei como essa história começou e sei bem como vai acabar.
Hoje eu quis brincar de sentir ciúmes de você. Só por hoje lacrimejo. A calmaria vem pela manhã.

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